terça-feira, 22 de setembro de 2009

Londres Fashion Week reconquista seu espaço

Os desfiles do Londres Fashion Week Verão 2010 foram surpreendentes em muitos aspectos. Há anos, Londres não via tantas novidades e este ano os olhos que estavam voltados ao mundo da moda simplesmente ficaram deslumbrados pelas cores, pelas modelos um tanto pouco convencionais, entre outras diversidade, no 25° aniversário do evento.
Três marcas levaram para a passarela um casting bem diverso. Na Syke, a idade das modelos ia até 70 anos, a PPQ fez um desfile só com negros, e Mark Fast injetou mais adrenalina à polêmica das modelos tamanho GG e contratou três - uma, inclusive, abriu a apresentação de sua coleção.
A escolha "alternativa" causou frisson na platéia, no entanto, segundo a Elle britânica, a receptividade não foi tão boa assim: especula-se que, depois de optar pelas modelos GG na última sexta-feira (18/09), Mark Fast teve que assistir às demissões de diretor de casting e de seu stylist, puro preconceito, pois a top GG arrasou na passarela.
O encerramento ocorreu ontem com excentricidade característica e otimismo renovado em relação ao talento britânico. Cores fortes e vestidos longos tiveram destaque nas passarelas em muitos dos desfiles de primavera/verão deste ano, com Roksanda Ilincic apresentando um vestido verde e reluzente, com ar de sereia, e um terno preto com ombros cônicos extragrandes. Os estilistas de Londres são vistos como alguns dos mais vanguardistas do mundo, embora nem sempre os mais bem sucedidos em termos comerciais, e, sem contar com o respaldo de grandes maisons, muitos talentos emergentes como John Galliano, da Dior, Alexandre McQueen e Stella McCartney buscaram outras paragens para levar suas carreiras adiante.
Para a maravilhosa editora da Vogue, Anna Wintour, os ingleses são “um pouco malucos, e com certeza muito excêntricos e destemidos”. Ela destaca a pouca ênfase no comercial e nas vendas.

Estilistas incluindo Matthew Williamson e Christopher Bailey, da Burberry, que em temporadas passadas mostraram suas criações em Milão, Paris ou Nova York, retornaram a Londres para a edição de aniversário da Semana da Moda, confirmando as expectativas do início do evento.
Vivienne Westwood, que ficou conhecida 30 anos atrás na era punk britânica e que expõe sua grife Gold Label em Paris, disse que é possível que também ela traga sua grife principal de volta à Inglaterra.
Embora tenha gerado alguns dos maiores nomes da moda mundial, Londres vem lutando para conservar seu perfil internacional no mesmo patamar que Paris, Milão e Nova York. Agora é ficar de olho nas tendências que vão figurar na Semana de Moda de Milão que tem início nesta quarta-feira.

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