O poder do Twitter - Arezzo recolhe
peças com pele de animais após polêmica
Em um momento em que se fala muito em moda sustentável e o PETA está atento a qualquer atrocidade contra animais, a Arezzo cometeu um deslize imperdoável, principalmente pelos internautas brasileiros.
A marca anunciou nesta segunda-feira que recolherá todas as peças da coleção Pelemania, que traz roupas e acessórios com peles de animais, após sofrer críticas de internautas nas mídias sociais.
A campanha colocou a Arezzo em primeiro lugar entre os topic trends do Twitter no Brasil neste domingo. Hoje, a empresa está entre os dez assuntos mais comentados na rede social.
A empresa começou a divulgar a coleção Pelemania nas mídias sociais na quarta-feira à noite, para uma rede de 4.496 amigos do Facebook e 24.482 seguidores no Twitter.
A marca lançou peças com pele de raposa, coelho e ovelha. A Arezzo convidou os clientes a conhecerem as roupas em sua loja na rua Oscar Freire, em São Paulo.
No Twitter, a empresa foi acusada de maus tratos aos animais e muitos consumidores chegaram a dizer que não comprariam mais produtos da grife.
“#Arezzo. Que feio usar pele de animais. Da próxima vez faz bolsa com a pele da própria designer”, disse Eve Teixeira, no Twitter.
No Facebook, a Arezzo começou a apagar os comentários negativos. “As redes sociais são um espaço aberto para que todos possam expressar suas opiniões, entretanto, nos reservamos o direito de retirar mensagens com conteúdo ofensivo e agressivo”, escreveu a companhia em seu perfil.
Os internautas, no entanto, encontraram uma forma de ter seus comentários publicados.
Quando apertavam o botão “curtir” na mensagem de divulgação da campanha postada pela Arezzo no Facebook, eles conseguiam comentar sem a moderação da empresa.
A empresa cometeu uma sequência de erros no lançamento da coleção Pelemania, afirma o professor de gestão de marcas da ESPM, Marcos Bedendo.
O primeiro deles foi não fazer uma pesquisa de opinião para mensurar a recepção do público a uma coleção com peles de animais. “Há um ambiente geral que recrimina essa prática”, diz.
Como existe um nicho de consumidores que ainda compra roupas com peles de animais, a empresa poderia ter lançado a coleção, diz o professor. “Mas com mais sensibilidade.”
Para ele, a decisão de apagar as mensagens dos internautas em sua página do Facebook foi um “ato de desespero”.
A empresa pode moderar comentários desde que divulgue um padrão para isso, como não permitir palavras de baixo calão.
Mas as opiniões contrárias bem fundamentadas deveriam ter sido respondidas pela companhia.
Apesar de tudo, a Arezzo retirou os produtos das lojas e pediu desculpas aos consumidores. Veja na íntegra o comunicado da marca:
Prezados consumidores,
A Arezzo entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios. Por isso, vimos por meio deste nos posicionar sobre o episódio envolvendo nossas peças com peles exóticas - devidamente regulamentadas e certificadas, cumprindo todas as formalidades legais que envolvem a questão.
Não entendemos como nossa responsabilidade o debate de uma causa tão ampla e controversa. Um dos nossos principais compromissos é oferecer as tendências de moda de forma ágil e acessível aos nossos consumidores, amparados pelos preceitos de transparência e respeito aos nossos clientes e valores.
E por respeito aos consumidores contrários ao uso desses materiais, estamos recolhendo em todas as nossas lojas do Brasil as peças com pele exótica em sua composição, mantendo somente as peças com peles sintéticas. Reafirmamos nosso compromisso com a satisfação de nossos clientes e com a transparência das atitudes da Arezzo.
Atenciosamente, Equipe Arezzo
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