quinta-feira, 8 de abril de 2010

Moda contra a poluição
Sorocaba virou mais uma vez cenário de moda com o desfile do Concurso Nacional de Moda “Tecnoconsciente”.  A fumaça marrom e poluente, com sua forma assimétrica, que emana dos carros e das indústrias nos centros urbanos, serviu de inspiração para a aluna do curso de graduação em Moda da ESAMC Sorocaba, Marina Vital, criar o look vencedor da etapa regional do Concurso da ESAMC. O desfile dos figurinos que concorreram na etapa regional aconteceu na noite de quarta-feira, dia 7 de abril, na própria ESAMC Sorocaba. Agora, Marina irá disputar a etapa final do concurso com outros três looks também finalistas de Campinas, Santos e São Paulo, a partir de 20 deste mês de abril, quando começam as votações online pelo site de vídeos You Tube. O desfile da final será realizado no dia 29 de abril, em Campinas.


Há apenas dois meses no curso de Moda, Marina e suas colegas de turma surpreenderam pela criatividade e aptidão na confecção dos looks, mostrando o enorme potencial das novas gerações para a indústria da alta costura. Mais do que isso, elas evidenciaram o compromisso dos jovens com questões fundamentais pela sobrevivência do planeta, como a importância da responsabilidade com o meio ambiente por parte da indústria têxtil e dos profissionais de Moda, além do consumo consciente pelas pessoas.

No júri da etapa regional, estiveram grandes nomes do mundo da Moda, como a consultora Dhora Costa, especialista em Moda e Imagem; a relações públicas Flávia Mendes Guimarães, responsável pela área de Comunicação e curadora dos eventos da Livraria Cultura; Hebert Gouvêa, do Grupo Paralelo de Arte Contemporânea; a socióloga Neide Baptista, professora de Moda no SENAI-SP; a jornalista Angela Fiorenzo, coordenadora do projeto social “Fazendo Moda e Cidadania”; o também relações públicas, especialista em Design e mestre em Artes Visuais Flávio Lotufo e Carol Vargas, que é fotógrafa e pesquisadora de Moda, já tendo estagiado na Vogue, em Paris.


A professora do curso de Moda da ESAMC Sorocaba e organizadora do evento, Maria Alice Ximenes, frisou, durante encerramento do evento, a necessidade de descentralização da produção de Moda, hoje, concentrada nas grandes metrópoles. “No interior dos Estados, temos grandes potenciais e cursos de grande expressão, como este, da ESAMC, que recebe o apoio da Vogue. É preciso que os olhares também se voltem para o interior”, destacou.


Indústria têxtil é uma das que mais polui - “Principalmente, a indústria de tingimento e lavanderia”, explica Flávio Lotufo. “Eles utilizam muito produto químico, ainda que algumas marcas estejam atentas à questão ecológica”, finaliza.


Para ele, o ponto focal da mudança de atitude da indústria da Moda para um modelo sustentável está no trabalho de base, isto é, na escolha de tecidos ecologicamente corretos, como a fibra de bambu e o de garrafa pet, a reciclagem dos tecidos e a inclusão social. “É por isso que é tão importante incentivar essas crianças a buscarem alternativas e a mostrarem para a indústria da Moda de hoje que essa problemática tem, sim, solução”.


De geração Coca-Cola à geração Azul - “A moda vive do consumo, mas o consumo deve ser sustentável. Encontrar o equilíbrio será o grande desafio dessa nova geração”, disse Dhora Costa. “A recente crise econômica dos EUA nos deixou como um de seus exemplos que é possível consumir menos”.


Para o Diretor da ESAMC Sorocaba, Sandro Vidotto, os jovens de hoje são os únicos que nasceram com a dura e grande missão de “salvar o planeta”. “O consumo hoje não se dá mais por necessidade, mas por desejo. Em sendo por desejo, eu sempre posso optar”, reflete.

Nenhum comentário: