sexta-feira, 11 de junho de 2010

São Paulo Fashion Week
mostra moda praia duvidosa

A temporada de moda verão 2011 já começou e está rolando a todo vapor. Nesta temporada, a São Paulo Fashion Week só quer saber de alegria.

No pavilhão da Bienal, que ganhou tobogã, cata-ventos e até uma pequena roda-gigante - que funciona de verdade - seis marcas abriram o primeiro dia de desfiles do verão 2011 no Brasil.

No entanto, apesar das novidades tecnológicas, o dia fechou sem grandes novidades.

O primeiro desfile foi da Tufi Duek, com assinatura do estilista Eduardo Pombal. A coleção evidencia as mudanças na marca, que deixa de ter o nome Forum e segue apenas com o de seu fundador.


Clean, as peças são baseadas em linhas geométricas, com referências ao futurismo dos anos 1960. O estilista abusou de transparências, que aparecem ora mais ousadas, ora mais sutis.

A tecnologia têxtil apresentada recebe o nome de “invisible light”, que dá forma às peças com aspecto translúcido e caimento fluido.

Interessante é a proposta da bolsinha com alça tipo coleira, presa no braço, para não ter perigo de a nova mulher Tufi Duek, visivelmente mais descolada, esquecer os pertences na balada.

Erika Ikezili exagerou na mistura de cores, estampas, bordados e tecidos, em coleção que enaltece a natureza.

O excesso de informação toma conta dos vestidos, que apresentam desde a modelagem sereia ao godê folgadinho, feitos de rendas, tule, tafetá, algodão e seda.


Franzidos e babados são misturados e quase viram uma coisa só na roupa-retalho (cheia de recortes, junções e remendos intencionais), de comprimento predominantemente míni.

Como melhor peça, a bolsa tipo saquinho com cabelo artificial à moda rastafári, em comprimento que vai até o chão.

Com coleção enxuta, Priscilla Darolt aposta em minivestidos de camurça e couro para o verão 2011. A modelagem é manjada, reta e estruturada, com recortes geométricos nas barras e no colo e cintura marcada.


Em algumas peças, a camurça recebeu um transfer – uma espécie de banho de calor – e fica parecida com verniz. Apesar da tecnologia, algumas peças têm aspecto rústico e são facilmente confundidas com roupas de inverno.

A coleção da Rosa Chá confirma a mudança de identidade da marca, antes famosa por ser uma das mais importantes grifes de moda praia do circuito nacional.

Com assinatura de Alexandre Herchcovitch, sutiãs, calcinhas e collants estruturados que transitam entre a definição “biquíni” e “lingerie” fazem par com vestidos míni e compridos, ora colados no corpo, ora soltos, com pegada de lambada e muito movimento.


A estampa de tinhorão é predominante. O show ao vivo de Geanine Marques, amiga e musa do estilista, embalou o que, a princípio, parecia uma re-edição da coleção passada.

Colorida, a Reserva veio repleta de roupas esportivas, com referência às modalidades radicais, como o rapel, o skate e o surfe.


Shorts, japona noventinha, bermudas sobrepostas e peças com estampa de leopardo formam looks para rapazes apaixonados por aventura, com uma pegada fashion e alma rock'n'roll.

 Atenção para o cardigã com print animal, bem levinho. Como destaques, o paletó preto de neoprene e o macacão com calça afunilada, feita do mesmo material.

Para fechar o desfile, a deliciosa música "Iron Man", do Black Sabbath, que deixou aquela vontade de ficar na Sala 3 da Bienal até o fim do último riff de metal.

Inspirada no Marrocos, a Cia. Marítima encerrou o day one deste SPFW sem grandes inovações.

A marca oscilou entre referências explícitas ao Oriente, como drapeados, jadpurs e medalhinhas, a estampas de animais e estampas corriqueiras, coloridonas, que são a cara da marca desde o início, há 20 anos.


Na modelagem, as novidades são o new top cortininha, com bojo interno, o bojo mais rígido no tomara-que-caia e a tanga Floripa, bem pequenininha na parte de trás.

Os tops dourados fazem bons pares com essas tanguinhas, até no look cheio de medalhinhas. No entanto, as propostas de saída de praia, como o caftã e tops confeccionados com pedrarias decepcionaram tanto, que a coleção escorrega e cai no rótulo "duvidoso".

No casting, ao menos, a marca mandou muito bem, com beldades como Isabeli Fontana, Isabel Goulart, Juliana Imai, ao lado de tops gringas, como a israelense Esti Ginzburg e a holandesa Sylvia Geersen.

Depois de uma modelo levar um tombo na passarela durante o Fashion Rio, a cena se repetiu no SPFW. Usando um salto alto, a holandesa Christa Verboom virou o pé na passarela da Cia Marítima, no primeiro dia de São Paulo Fashion Week, e caiu.

Estatelada no chão, a túnica que vestia se abriu e deixou uma parte de seu seio à mostra. Se bem que mostrar os seios não é nenhuma novidade no mundo da moda.


Nenhum comentário: